atravesso a cidade com um transito lento numa manhã de sol,
no meio deste inferno com uma gentileza que não é do lugar
Desço a marechal olhando os carros e ônibus e paro no sinal
Pessoas, de todos os tipos cruzam na minha frente e nada vejo
pernas sem donos numa pressa sem fim, as roupas iguais e sem cor
olho de passagem aqueles rostos tão sérios e tão em frente a mim
paro e tudo parece uma imagem de um tempo que eu não conheci.
Então eu a vejo, alta de pele branca e absolutamente e linda numa camisa branca esvoaçando na calçada
os cabelos soltos, compridos cobrindo as pessoas e as suas caras
as mãos com as unhas pintadas se movem cortando coisas no ar
esta mulher que anda no meio de tanta gente sem vida, trouxe a cor
e mesmo sendo rápido e por um breve momento a cidade toda andou.
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